Rollmops no romance 'A jaca do cemitério é mais doce' de Manoel Herzog (2017)

 Compra sardinhas numa banca de peixe em frente ao mercado. O peixeiro pergunta se quer que limpe, ele recusa. Interessa-lhe recolher escamas e fatos de peixe, e cabeças e espinhas, pra alimentar a composteira. Nem gosta de sardinha. Os gatos sim. Limpa duas dúzias, recolhe à composteira o refugo, os filés que obtém os põe imersos no sal grosso. Comprou ainda um saco de cebolas pequenas, que descasca e cozinha. Depois de secos os filés, recolhe a água que o sal fez minar, mistura no chorume, lança à privada e descarga. Os filés secos enrola nas cebolas, prende com palito e mergulha em azeite e vinagre. Leva os rollmops pros mendigos na praça tomarem com um litro de aguardente, merecem uma iguaria às vezes. Talvez assim o deixem em paz com os dejetos no pé da paineira.