Em casa com NabokovLeslie Daniels2011_________________________
Subi para começar o café da manhã.
Para as crianças, fiz ovos cozidos com gema mole e torrada. A torradeira veio com a casa. Era da época de Vera e Vladimir, e era arredondada com um trailer Airstream, com uma capa de tecido suja.
Para mim, arrisquei um “crepe saudável”. Foi uma má ideia, e eu só percebi isso no instante em que liguei o liquidificador com um único ovo e um monte de germe de trigo. O germe de trigo fez um tufão, aterrissando na torradeira e nos meus pés descalços. Não sei qual foi a minha inspiração para esse café da manhã – algo integral sobre o qual eu pudesse despejar melado?
Eu gostaria de ser uma daquelas pessoas que possuem seu próprio e identificável café da manhã. Para mim, o café da manhã iniciava a natureza improvisada e imbecil dos meus dias: segunda-feira, quem sou eu? Ovo pochê. Terça-feira, quem sou eu? Granola. E assim por diante.
Vladimir provavelmente acordava todos os dias com o bom café de Vera e um pão com geleia, depois entrava, veloz e graciosamente, em seu dia planejado de escrita.
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Quando Barb Barrett abandona seu casamento sem amor, não se dá conta de que perderá tudo: seu lar, sua segurança financeira e até os filhos amados. Beirando os quarenta, com a vida em frangalhos e sem amigos ou familiares a quem recorrer, Barb agora precisa descobrir o que significa contar consigo mesma. Muda para uma casa que um dia foi de Vladimir Nabokov, autor da controversa obra-prima Lolita, e lá descobre um manuscrito que pode ser seu trabalho perdido. Surge aí um plano de negócios questionável que pode mudar a vida de Barb.